6 mitos sobre a vagina e a saúde íntima que você precisa desconstruir agora

17:24

A falta de autoconhecimento é um dos fatores que impede as mulheres de terem acesso a informações sobre cuidados íntimos. 

Isso pode comprometer a qualidade da vida sexual de grande parte delas além de deixar muitas dúvidas sobre a saúde íntima. 

Ainda nos dias de hoje, falar sobre saúde íntima feminina é tabu, o que abre margem para que muitos hábitos prejudiciais permaneçam acontecendo.

Não podemos mais permitir que preconceitos socialmente estabelecidos sigam oferecendo riscos à vida das mulheres.

Falar sobre saúde íntima ainda é um tabu

É necessário conversar sobre menstruação, higiene íntima, contraceptivos, absorventes, depilação e todos os assuntos que envolvem o universo feminino, para que a saúde de todas seja colocada sempre em primeiro lugar.

Para esclarecer todas as dúvidas a respeito da saúde da mulher, confira agora alguns mitos sobre o assunto. 

1) A vagina é um pequeno órgão externo

O nome vagina está relacionado ao canal muscular que liga o colo do útero ao hímen. 

A parte externa, de pequenos e grandes lábios, é o que compõe a vulva, e a uretra fica na saída da vagina. 

Vale lembrar que a mulher possui dois orifícios na região: o da entrada da vagina e a da uretra, de onde sai a urina. O orifício da uretra é muito pequeno em relação à vagina, podendo ser difícil identificar num primeiro momento.

Quando agachamos sem roupa no banheiro e pegamos um espelho, o que vemos é a vulva. Se você afastar os lábios consegue ver a entrada da vagina, que é um canal inteiro.

Então isso é um mito! A vagina é um órgão interno complexo e grandioso. 

A vagina é muito mais do que enxergamos

2) Depilação completa é essencial para uma boa higiene

Mito! Os pelos púbicos possuem um propósito. Eles servem como uma barreira protetora para o tecido genital, além de serem um amortecedor contra o atrito.

Muitas pessoas ainda acreditam que os pelos pubianos contribuem para dar mau cheiro à região, ou que favorecem o surgimento de doenças vaginais. 

Muito pelo contrário: o pelo tem a função de proteger a região íntima, mantendo bactérias do meio externo afastadas.

A retirada completa dos pelos pode até facilitar quadros infecciosos, além de desencadear alergias e coceiras. 

Sendo assim, a depilação não deve ser associada a questões de higiene, cada mulher deve decidir a forma como se sente mais confortável com o seu corpo.

Apesar disso, há controvérsias na recomendação de depilação entre especialistas. 

O ideal é que você se baseie em sua própria experiência e preferência pessoal mas não deixe de levar essa discussão para o consultório da sua ginecologista. 


Os pelos púbicos têm o propósito de proteger o tecido genital

3) É importante lavar a vagina por dentro e sempre que possível

Outro mito! Os produtos íntimos de higiene vaginal devem ser usados no máximo uma vez ao dia e só na parte de fora, ou seja, grandes e pequenos lábios. 

Nunca deve-se lavar a vagina internamente, pois isso altera a flora natural, facilitando a surgimento de infecções.

Outros fatores também podem alterar o pH natural da vagina. Situações de estresse, assim como doenças como gripe ou mesmo o uso de antibióticos, podem alterar a imunidade e deixar o sistema de defesa local debilitado. 

Então, é preciso ter cuidado com o uso excessivo dos sabonetes vaginais. A limpeza em demasia pode remover os micro-organismos ‘bonzinhos’ (defesas naturais contra doenças). 

O uso de protetores diários, desodorantes vaginais, roupas sintéticas e apertadas podem modificar a temperatura e umidade intima, modificando a flora vaginal.

Alterações na flora vaginal podem trazer problemas desagradáveis

4) Fazer muito sexo pode alargar o canal vaginal 

A vagina mede aproximadamente 8cm, mas durante a excitação e a relação sexual ela pode mais que dobrar de tamanho. 

Ela estica-se tanto em comprimento quanto em diâmetro, o que permite uma relação sexual confortável ou a passagem do bebê durante o parto. 

Por ser um tubo muscular flexível a vagina retorna ao seu tamanho e formato após se expandir. 

Logo após a relação sexual ou ao parto, ela volta ao tamanho normal, sem comprometimento de largura pela frequência ou pela quantidade de vezes em que se expandiu. 

Então não, fazer muito sexo com penetração, usar brinquedos sexuais ou ter muitos parceires não compromete o tamanho do canal vaginal. 

Tá liberado fazer muito sexo sem neura

5) Passar muito tempo sem penetração faz o canal vaginal estreitar

Se você leu o mito 4 direitinho já sacou que esse aqui é mais um, né?

O canal vaginal é um tubo muscular flexível que se expande e retoma o seu tamanho original, mas isso não quer dizer que ele tenha a capacidade de diminuir. 

O que acontece quando uma mulher fica muito tempo sem estimular o canal com penetração é uma tensão que faz com que esse tubo se contraia, dando a sensação de estreitamento. 

É a mesma lógica do que acontece com quem pratica pompoarismo, por exemplo, a diferença é que durante a tensão a contração é involuntária, enquanto que no pompoarismo a mulher aprender a ter o controle sobre essa flexibilidade. 

Infelizmente (ou felizmente) nenhuma mulher pode "voltar a ser virgem"

6) Gosto e odor são sinais de falta de higiene

O principal grupo presente na flora vaginal são os lactobacilos. 

Essas bactérias naturais produzem o ácido lático, um composto responsável por gerar o pH ácido característico do órgão, que confere odor suave da vagina saudável.

Não é necessário usar produtos que modifiquem esse cheiro pois isso pode causar alergias e desequilíbrios.

O cheiro e o odor característicos da vagina são influenciados principalmente pelo seu pH ácido, mas isso pode variar ao longo do ciclo menstrual.

Em geral, essas mudanças são sutis e podem não ser notadas. 

Porém, é possível perceber um leve cheiro e gosto metálico na proximidade do período menstrual, por exemplo. 

Mas nada disso tem a ver com higiene. Até porque, o canal vaginal é autolimpante. 

Ele consegue "se limpar" sozinho a partir da sua própria secreção natural. Essa secreção é que geralmente fica na calcinha após um longo dia pra lá e pra cá, normalmente clara ou esbranquiçada. 

Secreção clara ou esbranquiçada é sinal de saúde

Lembre-se de manter seu controle ginecológico em dia para garantir que qualquer alteração problemática seja identificada rapidamente. 

O ideal é que você se sinta confortável para abordar qualquer assunto a respeito da sua saúde intima com o profissional da área. Se isso não acontece, tente trocar de especialista até encontrar alguém que dê um "match".

Nenhuma dúvida é boba e o óbvio precisa ser dito quando o assunto é saúde!




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1 comentários

  1. Essas curiosidades são extremamente necessárias, a cada linha um descoberta de conhecimentos

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