A Hóspede do Quarto 104

20:00

Acho que já passavam das três da manhã quando cheguei, não lembro muito bem. Essa era minha ultima noite em Berlim e eu decidi curtir como se não houvesse amanhã, estava cansado de tanto dançar e beber, mas nem com todo aquele agito ela saia da minha cabeça ela, a minha vizinha do quarto 104. Parecia um amor platônico de adolescente, enquanto eu fechava meu quarto para sair, ela passou totalmente deslumbrante, com seu cachecol cinza, jaqueta e calça jeans, deslizando pelo corredor em seu salto fino como uma agulha. Seu rosto com traços orientais e seu cabelo negro como a noite me mantinham hipnotizado, ela me pegou olhando pra ela, sorriu e entrou em seu quarto.

Aquele corredor nunca pareceu tão longo...
Aquele corredor nunca pareceu tão longo, sua iluminação era bem fraca, quase nula. Chegando no meu quarto, eu conseguia perceber uma iluminação fraca vindo da fresta da porta da minha vizinha deslumbrante. Quais seriam minhas chances em bater na porta? Nah, deixa de bobagem pensei comigo mesmo enquanto abria a porta do meu quarto.

Deitei de qualquer jeito na cama sem nem me trocar, estava bêbado demais para isso. Foi quando escutei alguém batendo levemente na minha porta. Levantei meio embriagado e quando abri a porta não vi ninguém no corredor, "deve ser minha imaginação brincando comigo", pensei. Mas antes de fechar a porta eu vi, ali no chão, um pequeno papel dobrado. Peguei o papel e abri, examinando lentamente uma inscrição nele "104".

Meu coração acelerou. O que significava aquilo? Será que era dela mesmo? Ao olhar para a sua porta eu percebi que a porta agora estava levemente aberta, revelando uma fraca iluminação. Caminhei até a porta dela, me sentia tenso e eufórico, mas ao mesmo tempo me sentia aficionado e permanecia imóvel na porta de seu quarto.

Uma luz opaca aparece e começa a se mover pelo ambiente, percorrendo uma distância e parando. Nesse momento a luz se multiplica, tornando-se duas, ela estava acendendo velas. Ela repete esse processo e, à medida que o número de luzes aumentavam, ali da porta eu conseguia enxergar cada vez mais do quarto. E depois de um período curto de tempo cada detalhe do quarto dela ficou visível, mas o que mais chamava a atenção era ela ali no meio do quarto ainda de pé, segurando a primeira vela acesa, o motivo pelo qual eu estava acordado e paralisado.

Ela vestia um tradicional quimono oriental de seda e...
Ela ainda parece não me notar, e eu aproveito para segui-la com meus olhos e os pensamentos que assolavam a minha mente desde o momento que trocamos nossos olhares. Eu não sabia de onde ela era, só sabia que ela também era uma turista assim como eu, e que ela era linda. Ela vestia um tradicional quimono oriental de seda e ainda não havia me visto, ou talvez estivesse com os pensamentos tão turvos quantos os meus, ela colocou a vela que estava segurando no criado mudo ao lado da cama, virou em direção a cama e desamarrou seu quimono, deixando ele deslizar lentamente por seu corpo até o chão. Minha respiração parou por aquela eternidade de segundos, ela estava nua, completamente nua. Seu corpo apenas banhado pelas luzes das velas.

Naquele momento ela se deitou e eu pude perceber o que ela estava prestes a fazer. Uma das mãos se moveu lentamente até o meio de suas coxas e a sua outra mão ela lambeu timidamente, umidificando ela para acariciar seus mamilos. Enquanto ela tocava seu corpo era visível seus espasmos de prazer, hora ela se contorcia toda, hora ela relaxava e diminuía o ritmo. Ela fechava os olhos e mantinha a boca semiaberta, enquanto seu abdômen levantava do colchão.

Engoli seco todos os medos que eu tinha e apertei com toda minha força o papel que estava em meu bolso, como pra verificar que ele estava realmente ali com seu "104" escrito. Eu suava frio apenas em pensar na possibilidade de tocá-la, criei coragem e bati levemente na porta. Ela olhou diretamente para a porta, e toda coragem que eu reuni parece sumir do meu espírito, "ela vai gritar e vão me prender em Berlim como um maníaco sexual!". Mas antes que minha mente fosse tomada totalmente pelo pânico, ela me olhou e sorriu, aquele sorriso que me assombrou por toda a noite e então levantou a mão e apontou para a porta, para mim.

A mão que acariciava seus seios agora gesticulava para mim, como quem diz "venha". E nesse momento meu medo e pudor deu lugar ao desejo de ter aquela mulher para mim, toda, pelo menos durante o resto daquela noite. Andei até sua cama e ela olhou pra mim, deitada e vulnerável. Dei a volta e deitei ao seu lado, me debrucei e finalmente senti o gosto de sua boca. Sentia suas mãos deslizarem atrás da minha cabeça e sobre meus braços. Procurei com a boca suas orelhas, pescoço, um ombro e depois o outro. Minhas mãos percorriam toda a extensão de suas pernas. Ela se movimentava abaixo de mim. Apertei seus seios, cada um com uma mão. Com força. A olhei severamente dentro dos olhos. Somos adultos, sabíamos o que ia acontecer.

...aproveitei para provar o gosto do seus seios...
Sua mão procurou o meu cinto, e encontrou. Ela soltou ele com um pouco de dificuldade, e eu comecei a sentir suas mãos ao redor da minha cintura, umbigo e minha bunda. Ela lentamente então foi indo em direção ao meu pênis. Eu sentia suas unhas vermelhas no meu corpo, arranhando minha pele levemente e traçando seu caminho até ele, depois sobre ele e finalmente ela o agarrou. Pulsei para que ela sentisse-o entre seus dedos e então eu aproveitei para provar o gosto do seus seios. Eu lambia e chupava todo o volume deles, de ambos, enquanto ela me masturbava. E ficamos assim por algum tempo, entre arranhões, pegadas firmes e toques íntimos.

Apesar de não nos comunicarmos, nossos corpos estavam completamente entregues e necessitando um ao outro. Tomado de coragem e, com um gesto repentino, segurei seus braços com uma mão e com a outra virei-a de bruços. Ajoelhado, ainda de frente para ela e ela deitada de lado encostando seu quadril na minha virilha. Levantei sua perna direita, acariciando sua vagina enquanto começava a penetrá-la, seus olhos se fecharam e ela soltou um leve gemido. Eu sentia o calor em volta do meu pênis e começava a respirar cada vez mais forte e mais alto, estávamos conectados, éramos um, dois corpos, suados e cheios de excitação. 

Nossos gemidos ficaram mais altos e acelerados e...
Uma brisa entrou no quarto resfriando um pouco nossas peles e então eu comecei a me movimentar, entrando e saindo de dentro dela. Gemíamos, tremíamos, conectados como um… Ela não fazia mais questão de silêncio e qualquer um do lado de fora poderia ouvir seus gritos e falas, que eu não entendia. Ela gemia e fechava os olhos, agarrando os próprios seios. O movimento seguia, hora calmo e ritmado, hora rápido e firme. Nossos gemidos ficaram mais altos e acelerados e nossas mentes em transe embriagados pelo tesão, ou será que era a bebida? Explodimos, gozei e ela também. Ficamos abraçados e inertes por algum tempo, nos beijando e sentindo o ar gelado em nossos corpos suados e nus.

Acordei com o som de alguém batendo em minha porta, não sei como cheguei no meu quarto. Abri e era a camareira, me informando que eu pedi para ser despertado as dez para não perder o avião. Agradeci e comecei a arrumar minhas coisas, ainda tentando organizar na minha mente tudo que aconteceu ontem, Será que foi um sonho? Procurei no bolso da calça o bilhete que dizia 104, mas não encontrei nada. Terminei de arrumar minhas coisas e na recepção perguntei sobre o hóspede do quarto 104, "Ela entregou a chave e saiu bem cedo hoje" a recepcionista respondeu. Dei um simpático sorriso e segui meu caminho para a estação de trem. As lembranças do meu sonho atordoavam minha mente e aquelas 14 horas de voo pareceram quase um mês.

Após alguns dias, era hora de desfazer as malas, lavar as roupas, colocar a vida em ordem. Eu via meu rosto pelo reflexo da tampa de vidro da maquina de lavar, um sorriso leve da lembrança de uma noite que foi um sonho bom. Foi quando eu encontrei, no fundo do bolso interno da minha jaqueta, a que usei na ultima noite um papel amassado dizendo:


104
さくら - Sakura
706-1665-7365
Tokio - Japan
Call Me!

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