Escravidão e BDSM

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Para entender a escravidão como fetiche, antes precisamos entender um pouco sobre a própria escravidão. Escravidão é condição muito antiga na humanidade, hoje é considerado crime e fere os direitos Humanos Internacionais. Mas em relação a escravidão e o fato de raspar a cabeça, temos a primeira imagem sobre isso, assim como os primeiros relatos, no Séc.I D/C, no Egito. O Egito escravizava vários povos , eram os soldos da guerra e para diferencia-los do cidadão e para que reconhecessem o seu lugar de humilhação tinham, tanto homens quanto mulheres, os cabelos raspados.


Já em tempos mais recentes, teremos a África como maior fornecedora de escravos, principalmente para as colonias das Américas do Norte e do Sul. Como eram povos antes livres e muitas vezes importantes em suas comunidades, os escravos tinham os cabelos raspados, assim que eram capturados, ainda na África, para entenderem a sua morte social e sua nova condição de objeto. Já nas colonias o cabelo continuava sendo raspado por humilhação e para se evitar piolhos. Algumas escravas que serviam na casa grande, tinham permissão para deixarem seus cabelos crescerem, mas no caso de castigos e de a Sinhá descobrir que dormiam com seus maridos eram raspadas e açoitadas.

Voltando para o BDSM, o termo ou posição escravo, que é escolha do botton, dentro do que lhe dá prazer e é consensual. Alguns escolhem raspar a cabeça como símbolo de inferioridade e como fim da sua vida social, já que entrega nas mãos do dono todas as escolhas, inclusive a de convívio social. Também existe desde o tempo que era exclusivamente um meio homossexual masculino a prática, dentro do consensual, de raspar a cabeça como forma de castigo e humilhação.

Mas veja que destaco o consensual porque o escravo entra de livre vontade na DS (dominação e submissão), sabendo que o único direito que tem como escravo é deixar a DS, em caso de não aceitar uma condição. Claro que diferente da escravidão antiga e obrigada, o dono tem pelo escravo sentimentos e deverá buscar dentro da DS o prazer do escravo, cuidar da integridade física e emocional deste, cuidar de sua posse, ainda que na humilhação e nos castigos.


Então temos dois casos em que o top raspa a cabeça de seu escravo, para definir posse e fim de vida social livre e para castigos e humilhações. Mas é importante lembrar que BDSM não é nossa vida toda, então essa prática não deve afetar o trabalho, a família e a auto estima do escravo de forma a prejudicar sua vida. E o top deve ter ciência que aquele ou aquela escrava irá servi-lo e ele terá que se sentir atraído por ele, afinal BDSM é um mundo de sedução, parafilias e prazeres sexuais, onde tudo que for consensual e prazeroso é válido.

E vale lembrar que, o simples raspar a cabeça não demonstra a totalidade da submissão, sendo que o escravo pode raspar e não ser submisso e leal ao dono, como pode ter lindos cabelos compridos é ser totalmente leal, obediente e fiel ao dono. Mas existe uma história e uma justificativa para essa prática, muito utilizada nos dias de hoje.

Janaína🌹

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